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Livro sobre cordel torna museu em \"arraiá\"

Literatura - 22/06/2012

Um "arraiá" junino será  montado no MAC para o lançamento do livro "O Que é Cordel", do poeta Franklin Maxado, no dia 27 (quarta-feira) a partir das 18 h, agora reeditado pela Queimabucha, do Rio Grande do Norte, por ser considerado um classico no gênero e especial para professores, estudantes e público em geral, principalmente no dizer de Jorge Amado. O Museu de Arte Contemporânea fica na rua Geminiano Costa, 255, no Centro.
Além da fogueira, as bendeirolas estarão misturadas às 50 xilogravuras e folhetos de cordel de Maxado que estarão expostas à venda até o dia 20 de julho naquele Museu aberto à visitação pública. Muitas dessas xilogravuras foram feitas para ilustrar capas de folhetos sendo que  algumas estão nos EUA, Portugal, França, Japão, Inglaterra, Alemanha, Peru, Brasil e em outros países. Assim, a xilogravura popular brasileira hoje saiu das capinhas do folheto de Cordel para ilustrar capas de discos e de livros eruditos, virar quadros em paredes, além de serem objeto de interesse de colecionadores de arte e de  agências para serem peças de publicidade. 
É possível que haja aulas-espetáculo semanais até o dia 19 de julho, quando a exposição de xilogravuras será encerrada para o Museu entrar com outra programação de aniversário. Para isso, dependerá da procura e interesse de pessoas e escolas e assim Franklin Maxado convidará cordelistas colegas e xilogravadores para declamarem, cantarem, desenharem e se apresentarem ali com entrada gratuita, aproveitando a sala de reuniões do Museu.
 
O LIVRO
O livro "O Que É Cordel na Literatura Popular" foi o primeiro lançado pela Editora Codecri/Jornal Pasquim do Rio de Janeiro em 1980 e foi   vendido em todo o Brasil, tendo contribuído para mudar o conceito sobre este tipo de poesia pelos intelectuais. Os prefácios foram escritos pelo escritor Paulo Dantas e pelo jornalista Juarez Bahia no qual afirma:
"Franklin Maxado, baiano de Feira de Santana, pode ter sido tudo na sua vida ainda jovem. Jornalista, escritor, fazendeiro, bacharel e o que se imagine dele. Mas, nada é maior nele que o poeta. Sua profissão é poeta - e a poesia do povo, como fica melhor a qualquer destino de vate."
Esta observação o responsável pelo MAC, o sr Edson Machado, gosta de transcrever em folhetos seus que publica.
A segunda edição a ser lançada dia 27 traz um novo prefácio do cordelista cearense Arivaldo Viana, no qual testemunha a autenticidade, pioneirismo e atualidade de Franklin Maxado, o Maxado Nordestino, como assina seus mais de 300 folhetos em quase 40 anos de profissão, tendo se apresentando em todos os Estados do Brasil e em alguns países. Essa atuação para muitos estudiosos o torna um dos mestres mas isso não o envaidece, pois tem muito mais livros a ser lançados e escritos, sendo aquele feirense simples que vai ao Centro de Abastecimento "fazer feira", conversar com os tabaréus e vaqueiros do mesmo modo que vai à Universidade, onde ainda trabalha no meio a doutores e a estudantes jovens, depois de ser diretor por mais de 10 do seu Museu Casa do Sertão. Ou participa de reuniões da Academia Feirense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico, dos quais já foi presidente.
XILOGRAVURAS
Franklin Maxado no prazer de contar casos e escrever versos chega a esnobar a sua arte de desenhar e de fazer xilogravuras, apesar de muitos críticos de arte o considerar um dos maiores xilógrafos de Cordel. Ele começou profissionalmente em 1976 em São Paulo, quando o colecionador Zacarias José, que gostou dos seus desenhos no "Album Feira de Santana", lhe encomendou uns "tacos" para ilustrar seu folheto "Acidentes do Trabalho no Ramo da Construção". Devido à aceitação, após veio a encomenda para fazer o retrato do presidente da Bayer do Brasil e as ilustrações para o brinde de Natal de 1978 daquela indústria. Depois disso, continuou a fazer ilustrações para as capas de seus folhetos e a pesquisar outros artistas brasileiros do ramo, tendo publicado em 1982 o livro "Cordel, Xilogravuras e Ilustrações", também "um clássico" para o mesmo Jorge Amado quando prefaciou outro livro de Maxado, "O Cordel Televivo".
Nisso, começou a pesquisar o início da Xilogravura e descobriu que é uma arte milenar, originária da Índia e China, onde se imprimiam até dinheiro com carimbos de madeira. Isso motivou a Gutemberg, na Alemanha, a inventar os tipos móveis de metal criando a Imprensa, inspirando-se dos tipos móveis esculpidos em madeira daqueles orientais. Na Europa. quando ainda não havia inventado a fotografia, a Xilogravura foi muito usada para retratar paisagens e rostos humanos a fim de serem impressos. Essa tradição é cultivada e muitos estrangeiros adquirem a xilogravura popular para enfeitar suas casas, mesmo sabendo que, com o tempo, elas amarelecem por ser um papel.
Os jesuítas trouxeram esta arte para o Brasil para imprimir figuras de santos e paisagens da Bíblia com a meta de ajudar na evangelização dos índios, além da arte irmã de esculpir imagens de santos. Com os jornais e as tipografias pelo interior, principalmente pelo Nordeste, a técnica foi muito usada para ilustrar notícias e retratar figuras. Os jornais feirenses mesmo usaram muito tendo registrado dois profissionais, o  pernambucano Pacheco e o alagoano Antonio Carimbeiro. Houve também o potiguar Isau Mendonça.
Franklin em Feira diz que sempre foi bom aluno em Desenho e começou a entalhar madeira para as aulas da professora Judite Pedra, no Colegio Estadual, bem como conhecer e trabalhar em madeira desde pequeno com o primo Carlos José na Serraria Eco do tio Osvaldo Boaventura. E nas férias, com o tio Alfredo Pinto e com o carpinteiro José Sales, ambos de Mundo Novo. 
Contatos: MAC - 75-3223-7033

Franklin Maxado

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